segunda-feira, 28 de julho de 2008

O presidente da Votorantin Cimentos, Walter Schalka, anunciou que a companhia vai investir R$ 1,7 bilhão na produção de cimento. A medida, além de acompanhar o crescimento do setor de Construção Civil no Brasil, deverá elevar a reutilização de pneus inservíveis como combustível alternativo nesse processo, com reaproveitamento total da borracha.

A reutilização de co-produtos como garrafas pet, embalagens, pneus e entulhos está se tornando cada vez mais comum nas empresas ligadas à Construção Civil. A eliminação ambientalmente correta destes resíduos se fortaleceu com o empenho do setor em incorporá-los em seus processos produtivos. A Votorantim, por exemplo, utiliza pneus usados como combustível alternativo nos fornos de cimento desde 2005, período em que foi investido cerca de R$ 1 milhão nesta tecnologia. }

O co-processamento, como é chamada a queima de pneus, substitui a utilização do coque de petróleo e do carvão, diminuindo a dependência da indústria em relação aos combustíveis fósseis e preservando recursos naturais não-renováveis. Os resíduos da queima de pneus, antes destinados aos aterros sanitários, agora são completamente absorvidos pelo cimento, reduzindo impactos ambientais.

União Européia oferece ao Brasil acordo imoral a etanol na OMC

sábado, 26 de julho de 2008

Como reflexo das dificuldades das discussões, a União Européia (UE) informou ter oferecido ao Brasil cota para a exportação de etanol, de 1,4 milhão de toneladas por ano até 2020, para tentar um acordo na Rodada Doha. Segundo Bruxelas, o produto entraria com tarifa abaixo de 10% e a oferta significaria comércio de US$ 1,6 bilhão. Mandelson contou que ele e a comissária européia de Agricultura, Marian Fischer-Boel, deixaram claro que estavam prontos a explorar um acordo que poderia dar novo acesso significativo e de valor para as exportações de bioetanol brasileiro na UE, desde que houvesse reciprocidade com maior acesso para os exportadores europeus no mercado brasileiro. A UE espera que grandes economias emergentes, como o Brasil, se abram mais a produtos industriais.
Essa mesmo fonte confirmou que o Brasil não mostrou entusiasmo com a oferta, (Graças a Deus!!) citando como exemplo o consumo americano, que é de 13 bilhões de toneladas de biocombustível por ano.
Brasil não aceita etanol como moeda de troca.
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, avisou a representante comercial americana Susan Schwab que o Brasil não aceitará que o etanol seja o único produto excluído de liberalização em Doha. Pelo menos no começo da semana, a reação americana continuou dura.
Washington não queria negociar a taxa de US$ 0,54 por galão importado e tampouco apontou alguma tentativa de solução. Os EUA alegam que os US$ 0,54 não são tarifa e sim outras taxas e, portanto, não teria porque ser negociada na OMC. Para o Brasil, porém, a exclusão do etanol da liberalização global é politicamente inaceitável.
O ministro do Comércio e Indústria do Egito, Rachid Mohamed Rachid, atacou os subsídios dos países ricos a produção de biocombustíveis, dando como exemplo da desigualdade no comércio internacional.
Os países desenvolvidos gastaram US$ 15 bilhões em ajuda a seus produtores de biocombustíveis no ano passado, ao mesmo tempo que mantiveram altas barreiras contra o produto mais competitivo do Brasil.

Brasília (DF), Brasil — Medida Provisória que legaliza a invasão de terras públicas e beneficia infratores, também conhecida como PAG, passa no Senado

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Agora é lei: o Senado acaba de aprovar, por 37 votos a favor, 23 contra e três abstenções, Medida Provisória (MP) que legaliza a grilagem de terras públicas na Amazônia e beneficia infratores, estimulando assim a destruição da maior floresta tropical do planeta. Quem acompanhou, ao vivo ou pela TV, assistiu a uma sessão quase surreal, onde não se sabia quem era oposição e quem era da base aliada do governo.
A senadora Marina Silva (PT-AC) fez uma defesa candente da floresta, alertando para o impacto que a aprovação da medida pode ter no aumento do desmatamento e para o risco de transformar áreas griladas em florestas públicas na Amazônia em terras regularizadas. Durante a votação, a proposta, também conhecida como PAG, Plano de Aceleração da Grilagem, foi rebatizada de PAI, Plano de Aceleração das Invasões. Líder do governo no Senado e principal defensor da medida, Romero Jucá (PMDB-RR) foi quem pediu que o presidente Lula assinasse a medida no dia 27 de março. Na ocasião, Lula afirmou que ela atendia aos pedidos de deputados que apóiam o governo no Congresso.

Em maio a MP foi aprovada na calada da noite, horas após a demissão de Marina Silva do Ministério do Meio Ambiente.

A MP 422 é uma cópia fiel do projeto de lei 2278/07, do deputado Asdrúbal Bentes (PMDB-PA), que ampliava o limite máximo de áreas invadidas na zona rural da Amazônia Legal que poderiam ser legalizadas pelo governo sem exigências, como uma licitação. A MP amplia o limite de 500 para até 1.500 hectares, com a desculpa de beneficiar pequenos proprietários. Ora, 1.500 hectares é terra para gente grande e não 'pequenos proprietários'.
"Era só o que faltava: a grilagem de terras na Amazônia agora virou lei", disse Paulo Adario, diretor da campanha Amazônia do Greenpeace.

"A aprovação do Plano de Aceleração da Grilagem só vem confirmar nossos temores de que o governo optou pelo pragmatismo eleitoreiro, em vez de ampliar os investimentos em atividades que ajudem a manter a floresta em pé e fortalecer as instituições encarregadas de zelar pelo patrimônio ambiental dos brasileiros, como Ibama e Polícia Federal, como reza a Constituição Federal."

Na terça-feira, o Greenpeace entregou ao presidente do Senado, Garibaldi Alves, um DVD contendo um vídeo que usa linguagem da década de 1970 para satirizar o processo de ocupação ilegal de terras na Amazônia. Apesar do tom bem-humorado, o vídeo é um alerta para o fato de que crimes ambientais e conflitos de terras andam lado a lado em regiões onde não existe a presença constante do Estado, como a Amazônia.
"Nunca o passado esteve tão próximo quanto agora", diz Adario.
"O Brasil voltou a ser um país da década de 1970, quando a questão ambiental era equivocadamente considerada um entrave para o desenvolvimento do país. Para os militares de então, e para o presidente de hoje, a floresta permanece como um obstáculo a ser removido para dar lugar ao ‘progresso’ da madeira, da soja, do pasto, da mineração. Um retrocesso."
Para o Greenpeace, a decisão do Senado é um sinal verde aos destruidores da floresta de que o combate ao desmatamento e à grilagem de terras na região está sujeito a interesses políticos da base de sustentação do governo. Não custa lembrar que este ano haverá eleições municipais em todo o país. Além disso, a medida também é um contra-senso aos esforços do próprio governo de combater o desmatamento na Amazônia – resultante da expansão da fronteira agropecuária, da exploração madeireira predatória, da grilagem de terras e da ocupação desordenada da região.

Enquanto isso, na Câmara dos Deputados...

O Grupo de Trabalho da Consolidação das Leis conseguiu aprovar o relatório do deputado federal Ricardo Trípoli (PSDB-SP) sobre o Projeto de Lei 679/07, que sistematiza a legislação ambiental em vigor, reunindo em único texto várias leis diferentes. Esta aprovação fortalece a Medida Provisória (MP) que altera o Código Florestal e que define a Reserva Legal (a área que não pode ser desmatada) de cada propriedade privada na Amazônia em 80%.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Cerca de 15 pessoas realizam uma manifestação no bairro da Barra, próximo ao Porto, na manhã deste domingo, 13. Eles protestam contra a retirada de árvores do local, cortadas na semana passada. O grupo de moradores e estudantes colocaram cruzes nos canteiros onde estavam as árvores e distribuíram panfletos com frases de efeito, onde dizem que o ato foi uma "estupidez" e "falta de consciência" do governo municipal.

De acordo com a estudante de engenharia ambiental, Maiara Macedo, que participa do protesto, os manifestantes querem chamar a atenção da população para o problema.
Após "aprovação" do tal PDDU a cidade tem visto todo o seu verde sumir da noite para o dia, todos os terrenos onde antes havia um ponto verde hoje se ver placas de construtoras de várias partes do país levantando concreto e vidro, fazendo verdadeiras paredes contra o vento do nosso litoral.
Pobre do restante da mata atlântica que existia na paralela, esta virando Alpha Ville, e até a estrada velha que até alguns anos era uma terra sem interresse esta sendo toda "tosada" para servir as vontades de crescimento a qualquer custo do PDDU.

cursos de extensão em barragens

A Universidade Federal da Bahia, através da Escola Politécnica, está com as inscrições abertas para os cursos de extensão Fundamentos de Barragem e Segurança de Barragens. As aulas serão ministradas pelo professor Carlos Henrique Medeiros, Ph.D. em Engenharia Geotécnica pela University of Newcastle upon Tyne, Inglaterra.
Os cursos têm como objetivo proporcionar conhecimentos técnicos sobre projetos e obras de barragens a alunos do ensino técnico, graduação, mestrado e doutorado e profissionais de meio ambiente que tenham interesse na área.
O curso Fundamentos de Barragens é direcionado a estudantes e profissionais de engenharia e dá ênfase ao estudo dos temas critérios de projeto, construção, operação e manutenção de barragens. As aulas serão realizadas de 21 a 24 deste mês, das 18h30 às 21h30. O investimento é no valor de R$ 100,00 para estudante e de R$ 200,00 para profissional.
Já a extensão em Segurança de Barragens enfatiza aos estudantes de engenharia e geologia e aos profissionais de engenharia os estudos de aspectos ambientais e de segurança de barragens. Neste caso, as aulas acontecerão de 4 a 6 de agosto, das 18h30 às 21h30. O valor do investimento é de R$ 80,00, para estudante, e de R$ 150,00, para profissional.

As inscrições podem ser feitas na secretaria do Grupo de Recursos Hídricos, localizado no Departamento de Engenharia Ambiental, 4º andar, sala 05, da Escola Politécnica. Para se inscrever são necessárias cópias do histórico para alunos da graduação e do diploma ou certificado de conclusão de curso de nível superior para graduados. É preciso também preencher e entregar o formulário de inscrição, que está disponível na secretaria.

Maiores informações: ead_ufba@yahoo.com.br.

Janelas comuns com filmes coletores de energia elétrica

domingo, 13 de julho de 2008

Pesquisadores norte-americanos do Massachusetts Institute of Technology (MIT) desenvolveram um sistema que transforma janelas em placas solares, permitindo que as pessoas vejam claramente ao mesmo tempo em que coletam energia.

Um revestimento sobre o vidro leva os fótons de luz a um coletor solar na borda da janela, reportaram Marc Baldo, engenheiro elétrico do MIT, e seus colegas na edição desta sexta-feira (11) da revista Science. "Acreditamos que essa é uma tecnologia prática para a redução do custo da energia solar", disse Baldo.
O revestimento para vidro absorve a luz que chega e então reemite a energia para o vidro, que a conduz para as células solares. Os revestimentos podem variar de cores vibrantes ao transparente. Os materiais não são caros e podem ser adicionados a painéis solares já existentes, disseram os pesquisadores, acrescentando que eles acreditam que a tecnologia pode achar seu lugar no mercado em cerca de três anos.

Estágio para Engenharia Ambiental

sábado, 12 de julho de 2008

O IEL-BA está realizando o processo seletivo para o Programa de Estágio da Gerdau. O objetivo deste estágio é que o aluno possa pôr em prática os conhecimentos teóricos adquiridos na sala de aula.
Os alunos de Engenharia Ambiental deveram estar entre o 6º e o 8º semestre, Com disponibilidade de estagiar 2 anos antes de se formar).
A Gerdau Aços Longos S.A fica na BR 324, Centro Industrial de Aratu, a carga horária de 24hs semanais a combinar (3 dias na
semana a combinar em turno integral). Dará bolsa Auxílio correspondente à R$ 870,00 + Ônibus Roteiro + Refeitório Próprio + Assistência Médica + Assistência Odontológica + Auxílio Farmácia.
Obs; Os alunos interessados em participar da seleção deverão enviar currículo

para ielgerdau@gmail.com contendo no campo de assunto apenas o nome do seu
curso. Ex: Técnico em eletrônica.

0,5 Km² de terras brasileiras são vendidas por HORA a estrangeiros

Matéria publicada pela Folha de S. Paulo essa semana mostra que, a cada hora, fazendeiros e investidores estrangeiros têm comprado ao menos 0,5 km2 de terras brasileiras. Isso significa que, ao final de um dia, 12 km2 estarão legalmente em mãos de pessoas físicas ou jurídicas de outras nacionalidades. “Isso equivale a uma área semelhante a seis vezes o território de Mônaco (com área de 1,95 km2) ou a 7,5 vezes a extensão do parque Ibirapuera (área de 1.584 km2)”, calcula a reportagem.
O ritmo da chamada "estrangeirização" de terras foi medido pela Folha a partir de dados do SNCR (Sistema Nacional de Cadastro Rural) num intervalo de seis meses, entre novembro de 2007 e maio de 2008. Nesse período, estrangeiros adquiriram pelo menos 1.523 imóveis rurais no país, numa área somada de 2.269,2 km2. No mesmo intervalo, eles se desfizeram de ao menos 151 imóveis rurais, que totalizam 216 km2.
De acordo com o documento do SNCR obtido pela reportagem, o total de áreas em nome de estrangeiros no país passou, no período, de 38,3 mil km2 para 40,3 mil km2, um ritmo puxado pela soja, mas também motivado pela pecuária, pelos incentivos oficiais à produção de etanol e biodiesel e pelo avanço do preço da terra.
O levantamento leva em conta apenas aqueles que, ao registrar a terra, declararam-se estrangeiros. “Ou seja – diz a Folha -, não inclui as empresas nacionais de capital estrangeiro e muito menos aqueles que se utilizam de "laranjas" brasileiros para passar despercebidos pelos cartórios”.

Sobrevivente
Pesquisas sobre o cuxiú-preto (Chiropotes satanas) indicam que, mesmo precisando de muito espaço, esses animais têm capacidade de se adaptar à perda do seu habitat natural, provocada pela intervenção humana. Em uma ilha do reservatório de Tucuruí, um grupo de oito macacos vive há 22 anos em uma área de apenas 20 hectares. “Eles têm conseguido sobreviver e se reproduzir em áreas bem menores do que se imaginava possível,” diz Liza Veiga, pesquisadora associado do Museu Paraense Emílio Goeldi, em Belém, que observa o comportamento dos macacos em Tucuruí desde 2001.
Com circulação cada vez mais restrita devido à diminuição de seu habitat natural e se alimentando de muitas flores e, até, de terra de cupinzeiro, os cuxiús-pretos ainda sobrevivem. Até quando? “O grupo encontrado na ilha em Tucuruí não sobreviverá a longo prazo, pois os cuxiús não têm capacidade de se dispersar.”
A espécie consta há vários anos na lista vermelha de primatas da União Mundial para a Conservação da Natureza (IUCN). A atualização desta lista, que ocorre a cada quatro anos, será lançada no mês de agosto durante XXII Congresso da Sociedade Internacional de Primatologia (IPS), que será realizado em Edimburgo, na Escócia.

Inpe tem novo sistema que prevê desastres ambientais

Um novo sistema que poderá prever desastres ambientais, desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, Inpe, foi apresentado ontem na sede do instituto, em São José dos Campos, no Vale do Paraíba. O programa de computador será usado para alertar sobre qualquer tipo de desastre ambiental como deslizamento de terra, enchentes, secas, efeitos do aquecimento global e até vazamentos de gás. "O Sistema de Monitoramento de Desastres Ambientais (Sismadem) permite que dados numéricos da situação do local a ser observado sejam cruzados com previsão do tempo, formatando assim a situação que poderá ser evitada", explica o responsável pelo desenvolvimento do software, Laércio Namikawa. "São modelos numéricos, uma matemática, que faz o cruzamento de informações como quantidade de chuva, por exemplo, com avaliação do solo. Assim poderemos saber se o local poderá sofrer ou não deslizamentos de terra". Os softwares serão distribuídos gratuitamente dàs Defesas Civis dos municípios paulistas, (aguardamos que chegue as instituições de ensino) e o trabalho começa com a cidade de Cubatão. "O programa é aberto e pode ser distribuído gratuitamente, para qualquer instituição. As informações não estarão disponíveis na internet, mas sim para as entidades interessadas trabalharem com ele". A operação do sistema será de responsabilidade de cada instituição. Em Cubatão, o Instituto de Pesquisa Tecnológica de São Paulo (IPT) detectou um grave problema geográfico. "É uma matemática simples, porém é necessário o conhecimento da realidade de cada lugar a ser analisado". A necessidade de se monitorar a serra de Cubatão fez com que o IPT utilizasse o software primeiramente. "Aquela serra de Cubatão, com certeza, um dia vai cair. Ninguém sabe quando, mas sabemos da gravidade, por isso é preciso monitorar".

FTC e mais uma (com perdão da palavra) cagada !!

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Mais uma vez a FTC, na figura da descordenada coordenação do nosso curso de Eng. Ambiental prejudicou-nos, desta vez o instrumento da sacanagem foi a importantíssima matéria de Química Ambiental.
Levando o curso aos trancos e barrancos a professora Floricéia até que tentou, porém não obteve êxito e de forma totalmente injusta e inconsequente tocou o curso como era tocado antes pelo antigo professor Marcos Bandeira, com conteúdo em demasia, cobranças desmedidas e uma ditadura onde não há espaços para diálogos.
Infelizmente a maioria da sala sai perdendo não só com o conteúdo que não foi assimilado pelos poucos que ela deu como "aprovados", com a grande maioria que desistiu pelo semestre por não conseguir entender as confusas "aulas" apresentadas ou mesmo pela falta de entendimento do que os alunos estavam requisitando, ou ainda pelos que perderam sem chance de recuperação durante o semestre.
Como todos nós alunos de Eng. Ambiental do noturno sabemos, nossa turma é a cobaia da coordenação, servindo de experiência para os "tapa-buracos", os cortes de orçamento, e etc...
Aos que perderam como eu fica a dúvida de qual foi de fato o método avaliado, qual foi o critério do avaliador, e se de fato devemos aceitar a coisa como esta!!

FACET - Fuja do mico!!!

Era a segunda vez na semana em que cartazes, faixas e apitos atordoavam a entrada da Facet (Faculdade de Artes, Ciências e Tecnologias), particular de Salvador (BA). Ao microfone, o estudante Marcell Moraes, 29, protestava contra os 15 dias de suspensão que havia tomado depois do último protesto que organizou - contra o "aumento abusivo das mensalidades". Moraes incluiu a professora Ceres Guedes, então responsável pelo curso de administração, em seu discurso: "Professora, venha dizer por que fui suspenso. Você é uma péssima coordenadora". Ela não gostou, pediu retratação e a saída de Moraes da presidência do Diretório Acadêmico. Mas ele não cedeu: "Pago para ver quem me tira". E pagou, literalmente, caro: R$ 12.450, depositados na última terça-feira (1º) em conta de entidade assistencial do interior da Bahia como alternativa aos 2 meses e 20 dias de prisão a que foi condenado pela justiça baiana. A juíza Auristela Dias Ribeiro, que deu a sentença do processo movido pela professora, entendeu que Marcell Moraes praticou, naquele junho de 2006, crime de "injúria" - ferir a "honra" de outra pessoa. Moraes "jura" que não ofendeu a professora. Admite que a chamou de "péssima coordenadora", mas que não foi além. Nenhum palavrão. Nenhuma comparação com qualquer animal. Para se livrar dos dois meses na prisão, Moraes recorreu a uma "vaquinha". Com ajuda dos colegas de faculdade, conseguiu juntar R$ 7 mil. O restante, pegou em empréstimo no banco. "Agora terei de pagar o empréstimo e a mensalidade. É um absurdo. A Justiça não me propôs sequer trabalhos comunitários. Era pagar ou ir para a cadeia", diz Moraes. Para o advogado Roberto Batochio, especialista em direito criminal, a sentença é "exagerada". "Ainda mais num ambiente universitário, que deveria estimular a expressão de idéias e opiniões, uma condenação dessas é desproporcional e não favorece o senso crítico de nossos jovens", disse Batochio. O estudante se diz vítima de perseguição e insinua que a faculdade tenha usado a professora para "se vingar" de suas manifestações. "Colocaram um dos maiores advogados de Salvador para me processar; eu tive de contar com a ajuda de amigos recém-formados, foi uma batalha desleal", disse Moraes. Procurada pela reportagem, a Facet disse que quem comentaria o caso seria a advogada Thaís Bandeira, sócia do escritório Gamil Föppel Advogados Associados, responsável pelo processo. "O processo foi movido pela professora, individualmente, é ela quem teve a honra lesada e decidiu buscar reparação de seus direitos", disse Bandeira. "O estudante se excedeu no direito de expressar opinião. Ele ofendeu a professora, conforme a Justiça reconheceu". No último semestre de administração de empresas, Marcell Moraes prepara-se para o próximo vestibular. Diz que ter passado um ano brigando nos tribunais lhe despertou uma nova vocação: ser juiz. Convicto, já escolheu até a faculdade. "Vou fazer Facet de novo. Eles vão ter de me agüentar por mais cinco anos", disse.