A Câmara dos deputados a serviço de quem paga mais.

terça-feira, 6 de julho de 2010

A comissão especial que analisa mudanças no Código Florestal aprovou nesta terça-feira (6) o projeto que trata do tema mantendo o texto do relator, Aldo Rebelo (PC do B-SP). Os destaques foram rejeitados e o projeto está agora pronto para votação em plenário, mas isso deverá acontecer apenas após o período eleitoral.


Aldo afirma que seu relatório tem a intenção de regularizar a situação de 90% dos produtores rurais brasileiros, que estariam atualmente na ilegalidade. A idéia é fazer uma consolidação das áreas que já estão em uso na agricultura e proibir o desmatamento nos cinco anos posteriores à promulgação da lei.

O texto afirma que nas pequenas propriedades, com até quatro módulos rurais, não é preciso fazer a recomposição das áreas já desmatadas de sua reserva legal. Nas áreas maiores, a recomposição florestal tem que ser feita em áreas do mesmo bioma e no prazo de 20 anos.

Uma das polêmicas é que a pessoa que regularizar sua propriedade terá uma espécie de “anistia” das multas que sofreu por causa do desmatamento ou da não preservação da área de reserva legal.

Outra mudança feita por Aldo nessa semana flexibiliza a possibilidade de desmatamento de florestas que tenham autorização ou tenham licenciamento ambiental. Pelo relatório anterior, só poderia desmatar quem obteve essa permissão até 22 de julho de 2008. Com o novo texto, o desmatamento será permitido para quem conseguir a permissão até a promulgação da lei. O argumento de Aldo é que a data anterior poderia provocar “problemas jurídicos”.

Outro tema controverso é sobre a possibilidade de flexibilização do tamanho da área de preservação permanente na margem dos rios. Aldo retirou de seu texto a permissão de que os estados reduzam pela metade essa reserva. O relatório, no entanto, abre a possibilidade que algum órgão do Sistema Nacional de Meio Ambiente faça alterações no tamanho das áreas de preservação permanente. Entre os órgaõs do sistema existem conselhos estaduais.

Para críticos do projeto, as mudanças feitas pelo relator nos últimos dias não resolveram o problema. O deputado Ivan Valente (PSOL-SP) é um dos mais exaltados contra o projeto. Para ele, a proposta beneficia principalmente os grandes produtores e é um risco para o meio ambiente.

“Podemos estar cometendo aqui um grande retrocesso na questão ambiental. Estamos mudando aqui para atender a interesses pequenos, isolados. A questão ambiental é de todos”, protestou o líder do PV, Edson Duarte (BA).

A votação aconteceu depois de muito debate e sob forte obstrução dos parlamentares ligados à causa ambientalista. Eles tentaram de toda a forma adiar a votação, mas não conseguiram.

A sessão foi acompanhada por dezenas de militantes a favor e contra a mudança no código. A segurança foi reforçada na sala em que se realizou a reunião, mas mesmo assim manifestantes do Greenpeace conseguiram entrar na frente da mesa da presidência com faixas contra o relatório de Aldo. O protesto interrompeu a votação da comissão especial que discute o Código Florestal, com a mensagem "Não vote em quem mata florestas". Apesar da natureza pacífica da ação, três ativistas foram agredidas física e verbalmente pela segurança da casa.

Após a votação, defensores do código comemoraram gritando “Brasil” enquanto os adversários respondiam com o grito de “retrocesso”.

O melhor exemplo de que as verdadeiras intenções dos deputados é usar o Código Florestal como mera moeda em ano eleitoral vem do próprio agronegócio. Na mesma semana que o texto de Aldo Rebelo é aprovado por políticos ruralistas, as empresas comercializadoras de soja renovarão o acordo que fecha as portas do mercado para fazendeiros que desmataram áreas da Amazônia após 2006. Exemplo similar de responsabilidade corporativa está sendo adotado por grandes frigoríficos brasileiros, que também assumiram compromissos contra o desmatamento.


domingo, 4 de julho de 2010

Filie-se

Olá, ciberativista

Uma assessora do PCdoB, bedel do deputado Aldo Rebelo, disparou nesta sexta-feira, 2 de julho, um spam para todos que assinaram a petição do Greenpeace pedindo para ele deixar nossas florestas em paz.O texto, como é de feitio do Aldo, ataca o Greenpeace e fala de supostos financiamentos da ExxonMobil à organização. Produzido com informações de um grupo de direita americano, é um conjunto de velhas teorias conspiratórias que chegam a entrar em conflito entre si.

Qualquer pessoa que siga minimamente o trabalho do Greenpeace sabe muito bem da preocupação da organização com o futuro, ameaçado pelo aquecimento global. Sabe também como o Greenpeace luta para que o mundo deixe de consumir tanto petróleo e passe a investir em energias renováveis, deixe de desmatar e mantenha suas florestas em pé.

A Fundação Rockefeller, que financiou projeto do Greenpeace nos Estados Unidos, é bancada por John D. Rockefeller e Olympia Snowe, netos do fundador da empresa que anos depois virou a ExxonMobil.Os dois não concordam com a linha poluente da empresa inaugurada por seu avô, tanto que pressionam a diretoria para deixar o petróleo de lado e investir em fontes renováveis de energia leia reportagem sobre o assunto, em inglês. Se o dinheiro proveniente da fundação influenciasse o direcionamento do trabalho da organização, o Greenpeace não bateria na ExxonMobil – justamente o contrário do que acontece.

O deputado Aldo Rebelo, do PCdoB de São Paulo, recai novamente no erro de não ouvir a sociedade brasileira que se preocupa com o futuro do planeta. Ele quer tanto abrir espaço para o desmatamento que dispara esse spam na véspera da votação de sua proposta de alteração do Código Florestal, marcada para o início da próxima semana. Ao mandar uma assessora conduzir uma campanha difamatória, o deputado se esconde covardemente e usa seu partido para defender os interesses dos políticos mais atrasados do Brasil, que têm a motosserra nas mãos.

Lamentamos o envio desse e-mail. Mas achamos que você, que participa de nossas ciberações, merece entender a história por trás da máscara política. Se quiser saber mais informações, pode entrar em contato conosco respondendo a este e-mail.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

A seleção brasileira que não representou a vontade do país já tem a programação de retorno ao Brasil. Eliminados da Copa do Mundo da África do Sul pela Holanda de virada, os jogadores saem de Porto Elizabeth neste sábado, às 17h (12h de Brasília), com destino a Joanesburgo.

De lá, a delegação do "DUNGA" embarca para o Rio de Janeiro (Galeão) às 21h (16h de Brasília). Depois disso, o voo segue para São Paulo (Guarulhos), destino final da aeronave.

Nesta sexta-feira, os jogadores já estão liberados da concentração para as suas férias. Mas a tendência, segundo a diretoria de comunicação da CBF, é que nenhum deles saia para curtir folga, até por conta da precoce eliminação no Mundial (Com salários por volta de R$1.000.000.00 por mês, fretar um jatinho e ir para qualquer ilha privada, longe da imprensa e da crítica é fácil).

Após o jogo segundo:

Robinho
- Não sei explicar. O primeiro tempo foi excelente. No segundo, em duas bolas bobas, tomamos dois gols que nos custaram a classificação. Estamos arrasados. Não pudemos dar alegria para o povo brasileiro. Futebol é alegria, e infelizmente é um dia triste para o povo brasileiro.
Kaká - Vai manter seus contratos mesmo sem jogar nada!
- Eu me esforcei muito, lutei bastante pelo meu país. Muitas vezes isso não é reconhecido porque no futebol o que conta é o fim. Lutei muito para conquistar o hexa. Para mim foi uma Copa delicada, principalmente pelo jeito que eu cheguei. Fiz tudo o que eu podia, me esforcei, lutei a cada dia para estar bem em campo.
Júlio César
- É um resultado que ninguém esperava. Sempre citamos que o grupo estava bastante confiante naquilo que vinha fazendo ao longo de três anos e meio, unido. Mas o futebol tem dessas coisas, o mundo não acaba (pausa). Acho que no futebol são 11 contra 11, e no segundo tempo eles mereceram o resultado.
Lúcio
- O grupo trabalhou bastante, é um grupo com caráter excelente. Infelizmente, o objetivo não foi alcançado. Quando a gente entra em uma competição, tem o sonho de chegar à final e ser campeão. Não conseguimos, mas amanhã já começaremos a sonhar de novo.
Aos 32 anos, Lúcio (o único que jogo bem nesta copa) deixou claro que não pretende se aposentar pela seleção brasileira. Campeão mundial em 2002, ele pelo jeito quer disputar sua quarta Copa do Mundo, justamente no Brasil, em 2014.
Dunga
-Nunca tinha sido técnico, e mesmo assim vocês sempre me respeitaram, e na Seleção Brasileira. Foi uma honra trabalhar com vocês, podem ter certeza de que me deram muito orgulho.

Em toda a sua preparação e durante a Copa do Mundo na África do Sul, a seleção brasileira se esforçou em adotar uma filosofia diferente da utilizada em 2006. Por ironia, o resultado foi o mesmo: derrota para uma seleção europeia e eliminação nas quartas de final. No lugar da França, o algoz foi a Holanda. E Sneijder tomou de Henry o posto de carrasco, participando do lance do primeiro gol e marcando o segundo na vitória por 2 a 1, de virada, nesta sexta-feira.

Foi ele o eleito o melhor em campo no estádio Nelson Mandela Bay, em votação popular no site da Fifa. Pelo primeiro tempo, ficou a impressão de que dificilmente o escolhido deixaria de ser um brasileiro. A seleção dominou a Holanda, marcou seu gol (com Robinho) logo no início, criou lances bonitos e foi pouco ameaçada. A partida após o intervalo, no entanto, foi outra. O Brasil falhou na defesa, seu setor mais elogiado, esteve acuado, quase não chegou ao ataque e demonstrou instabilidade emocional. E viu mais um jogador seu ser expulso na competição, depois que Felipe Melo deu um pisão em Robben.

A eliminação em Porto Elizabeth representa um duro golpe na era Dunga como técnico. A seleção vinha acumulando bons resultado - como os títulos da Copa América e da Copa das Confederações, a primeira colocação nas eliminatórias e vitórias expressivas sobre adversários de peso - mas fracassou em sua principal missão, a conquista do hexacampeonato. Os brasileiros, que receberão a Copa de 2014, voltam para casa com uma campanha de três vitórias, um empate e uma derrota.

A Holanda, que acumulou sua quinto triunfo consecutivo na Copa e agora soma 24 partidas de invencibilidade, enfrentará o Uruguai na semifinal, em partida na próxima terça-feira, às 15h30m (de Brasília), na Cidade do Cabo. E se vinga das eliminações nas edições de 1994 e 1998, as duas últimas vezes em que havia cruzado com o Brasil em Mundiais.

Dunga não cedeu à pressão de parte da torcida e deixou os santistas Neymar e Paulo Henrique Ganso, o meio de campo do São Paulo Hernanes fora da lista dos 23 jogadores que foram à África do Sul buscar o hexa.

CONFIRA A LISTA DOS 23 JOGADORES CONVOCADOS PELO TÉCNICO BURRO DUNGA PARA A COPA DO MUNDO
GOLEIROS: Julio César (Inter de Milão), Gomes (Tottenham), Doni (Roma)
LATERAIS:
Maicon (Inter de Milão), Daniel Alves (Barcelona), Michel Bastos (Lyon), Gilberto (Cruzeiro)
ZAGUEIROS: Lúcio (Inter de Milão), Juan (Roma), Luisão (Benfica), Thiago Silva (Milan)
MEIO-CAMPISTAS:

Felipe Melo (Juventus), Gilberto Silva (Panathinaikos), Ramires (Benfica), Elano (Galatasaray), Kaká (Real Madrid), Josué (Wolfsburg), Julio Baptista (Roma), Kleberson (Flamengo)
ATACANTES:
Robinho (Santos), Luis Fabiano (Sevilla), Nilmar (Villarreal), Grafite (Wolfsburg)
RESERVAS

Alex (Chelsea - zagueiro), Carlos Eduardo (Hoffenheim - meia), Ronaldinho Gaúcho (Milan - atacante), Sandro (Internacional - meia), Ganso (Santos - meia), Marcelo (Real Madrid - lateral) e Diego Tardelli (Atlético-MG - atacante)

PÉRICLES CHAMUSCA NA SELEÇÃO BRASILEIRA

TSE apóia a roubalheira e o descaso da política brasileira

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) livrou, na noite desta sexta-feira (2), o deputado federal Márcio Junqueira (DEM-RR) dos efeitos da Lei da Ficha Limpa. O deputado havia sido condenado pelo Tribunal Regional Eleitoral de Roraima (TRE-RR) em 2008 e recorreu no mesmo ano. A decisão do TSE, em caráter liminar, foi concedida pelo ministro Hamilton Carvalhido. O julgamento do mérito ainda não tem data para ocorrer.

Com a decisão, o deputado poderá pedir seu registro de candidatura junto ao Tribunal Regional de Roraima. A ficha limpa determina que pessoas condenadas pela Justiça em decisão colegiada em processos ainda não concluídos não podem ser candidatas. A regra vale para condenações acontecidas mesmo antes da vigência da lei.

Esse é o segundo caso de um político condenado que o TSE libera das aplicações da Lei da Ficha Limpa. Na última quinta-feira, o ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho (PR) conseguiu uma liminar no TSE que permite que ele concorra nas eleições de outubro. Garotinho havia sido declarado inelegível pelo Tribunal Regional Eleitoral por abuso de poder econômico na eleição de 2008.


No Supremo Tribunal Federal (STF), outros dois políticos já conseguiram liminares que os permitem concorrer nas eleições, apesar de serem atingidos pela Lei da Ficha Limpa: o senador Heráclito Fortes (DEM-PI) e a deputada estadual de Goiás Isaura Lemos (PDT).

No caso de Márcio Junqueira (DEM-RR), a defesa do parlamentar alegou que o plenário do TSE, ao julgar um recurso contra a decisão do TRE em 2008, já havia permitido ao deputado permanecer no cargo. A defesa afirmou que não há provas de que o deputado teria comprado votos, além de as acusações de abuso de poder econômico e fraude à lei terem sido afastadas.