Marina Silva deixa o cargo de Ministra do Meio Ambiente e leva com sigo a maior parte da Honestidade que restava no governo Lula.

quarta-feira, 14 de maio de 2008

Primeira ministra anunciada pelo presidente Lula em 2002, a ex-seringueira Marina Silva ajudou o governo a sofrer menos pressões internacionais para preservação da Amazônia.
Fundadora da CUT no Acre, nos anos 80, ao lado do ambientalista Chico Mendes, Marina Silva foi taxada de xiita e se defendeu. Alegou que na sua administração aumentaram a qualidade do trabalho de licenciamento e o número de concessões liberadas.
Símbolo de conduta ética e de luta pela ecologia, a senadora mais votada do Acre não concordava que o preço do desenvolvimento seja a derrubada de florestas. Defensora de uma economia que não destrua o meio ambiente, Marina Silva se negou a abrir mão dos seus princípios e, em dezembro de 2006, enfraquecida por uma disputa com a Casa Civil que a acusava de atrasar licenças ambientais para obras de infra-estrutura, a ministra resumiu numa frase o seu protesto: "Perco a cabeça, mas não perco o juízo", avisara a ministra que não estaria disposta a flexibilizar a gestão da pasta para permanecer no governo.
Marina chegou a ser desautorizada por Lula em janeiro. Depois de Marina ter considerado alarmantes os números do desmatamento divulgados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Lula criticou publicamente a ministra e disse que não considerava os dados tão graves.
"não sou comunicador, posso estar errado, mas você vai ao médico detectar que está com um tumorzinho aqui e, em vez de fazer biópsia e saber como vai tratar, você já sai dizendo que estava com câncer", comparara Lula, embora reconhecesse que ela tinha uma função na sua equipe, principalmente para frear ações mais ousadas que possam atingir o meio ambiente.
Marina, por sua vez, corretamente atribuíra a responsabilidade pelo desmatamento são dos grandes agricultores e pecuaristas, que teriam sido motivados pelo aumento do preço das commodities. A declaração a pôs em choque com o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, e com o governador de Mato Grosso, Blairo Maggi (PR). O governador, dono de fazendas na região onde foi detectado desmatamento, contestara publicamente os dados do Inpe. Já o ministro, dizia que a soja não poderia ser responsabilizada pelas taxas de desmatamentos.
Marina não foi alvo apenas de críticas do governo. Ela também foi alvo da oposição quando foi lançada a Operação Arco de Fogo contra o desmatamento na Amazônia.
Em julho do ano passado, a ministra também entrou em embate com os servidores do Ibama. Ao comentar a greve dos funcionários do órgão, Marina disse que a paralisação era política e que iria continuar cortando o ponto dos servidores que queriam a retirada da Medida Provisória que dividiu o Ibama, criando o Instituto Chico Mendes.
dizia, em resposta aos críticos devido à demora no licenciamento ambiental de obras bilionárias como as hidrelétricas do Rio Madeira, que era a favor do crescimento. E argumentava: "A idéia de juntar meio ambiente e desenvolvimento é a equação deste século. As pessoas só conseguem ver o aqui e o agora, mas eu tenho que ver o depois".
Radicalmente contrária à energia nuclear, ela se manifestou contrária à construção da usina Angra 3, anunciada pelo governo, mas foi correta como sempre ao dizer em maio do ano passado que o Brasil pode apostar na comercialização de produtos transgênicos, desde que tenha um sistema de armazenagem e transporte confiável.
Em defesa do rigor do Ibama na concessão das licenças ambientais, Marina disse: "Não é possível advogar pelo desenvolvimento sem promover a conservação ambiental. O país tem de aprender a viver com limites".
A prova de de que Marina Silva foi a melhor Ministra do meio ambiente que este país já teve é que junto com a sua saída ocorreram mas duas pedidas de demissão, o presidente do Ibama, Bazileu Margarido, o presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, João Paulo Capobianco, que também é secretário-executivo do ministério. Ficou claro que a interferência do ministro de Assuntos Estratégicos, Mangabeira Unger, na área de meio ambiente foi o estopim para a saída da ministra, porém outra razão que levou à demissão de Marina foi o fato de o Ministério da Agricultura, chefiado por Reinhold Stephanes, estar pressionando para flexibilizar a regra que restringe o crédito agrícola de quem desmatou sem licença ambiental e não tem registro da propriedade.
O presidente Lula deu a Mangabeira Unger a coordenação do Plano Amazônia
Sustentável (PAS), que reúne uma série de ações na região.
O governo já sente na cara a perca da ministra, cogitou em colocar no seu cargo o secretário Estadual carioca de Ambiente, Carlos Minc, que descartou que possa aceitar o cargo e também demonstrou apoio à ministra demissionária, "Eu jurei de pés juntos que não iria para Brasília", disse Minc em conversa que mantivera com o governador do Rio. "Sou ligadíssimo à Marina. Temos uma história comum desde os tempos do Chico Mendes, Nem vereadora era", justificou, demonstrando solidariedade e reiterando sua disposição de não assumir do cargo.
Atrás de um marionetes para colocar no cargo o governo
convidou o Ex governador do Acre Jorge Viana, porém após reunião na manhã desta quarta-feira com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Palácio do Planalto, ele saiu de lá sem querer falar com os jornalistas. Será que ele vai aceitar?

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