quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
A química Noil Amorim de Menezes Cussiol (CDTN-MG) falou sobre “Resíduos de Serviços de Saúde” e, a engenheira civil, Cynthia Fantoni Alves Ferreira, pesquisadora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), relatou a experiência com o “Gerenciamento Integrado e Sustentável de Resíduos Sólidos Urbanos para Pequenas Comunidades”.
Cynthia é especialista em Gestão Ambiental, Mestre em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos pela Universidade Federal de Minas Gerais e, pesquisadora e doutoranda em Saneamento, Meio Ambiente e Recursos Hídricos no Departamento de Engenharia Sanitária e Ambiental da UFMG. Sua experiência está centrada na área de Engenharia Sanitária, com ênfase em resíduos sólidos, domésticos e industriais, atuando principalmente com aterros sanitários, tratamento de lixiviados, resíduos sólidos urbanos e gerenciamento de resíduos sólidos e urbanos e seu tratamento.
RESÍDUOS SÓLIDOS - Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 73% dos municípios brasileiros apresentam população inferior a 20 mil habitantes. A pesquisadora lembra que o país carece de recursos humanos especializados e critérios técnicos, econômicos e sociais para tratar a questão dos resíduos. “Além disso, não existe uma política de diretrizes para o gerenciamento desses resíduos e nem mesmo uma estrutura organizacional adequada. O setor precisa também de uma maior participação e envolvimento da comunidade”.
No Brasil, com uma população de 170 milhões de pessoas, a produção diária de resíduos sólidos é de 126 mil toneladas. De acordo com a pesquisadora, em relação à coleta, hoje existe uma maior abrangência no atendimento. “É o segmento que mais se desenvolveu dentro do sistema de limpeza urbana. Mesmo assim, o setor necessita de um percentual maior de investimentos por parte dos municípios”. Em relação ao tratamento a maior parte das unidades de triagem e compostagem estão paralisadas ou sucateadas, principalmente as dos pequenos municípios e, as poucas unidades de incineração não atendem aos requisitos mínimos da legislação.
Em relação à destinação final dos resíduos sólidos urbanos 63,6% são levados para os lixões 18,4% para aterros controlados, 13,8% estão nos aterros sanitários e 5% em outros locais.
Com foco nesses dados a pesquisadora desenvolveu um projeto que viabilizou a implantação de um aterro em escala real, em um pequeno município (de até 10.000 habitantes). O projeto permitiu, entre outras coisas, o estudo de alternativas de equipamentos, operação e monitoramento, sempre visando a sustentabilidade técnica, econômica e ambiental. 

“Em segundo plano tínhamos por objetivo viabilizar um plano de gerenciamento integrado e sustentável dos Resíduos Sólidos Urbanos, com ênfase na coleta seletiva, compostagem, educação ambiental e licenciamento ambiental do sistema”. O Prosab – Programa de apoio a pesquisas tecnológicas em saneamento básico, gerenciado pela FINEP, CNPq, CEF e ABES.
A intenção era desenvolver e aperfeiçoar tecnologias nas áreas de águas de abastecimento, águas residuárias e resíduos sólidos, que fossem de fácil aplicabilidade, baixo custo de implantação, operação e manutenção e que resultassem na melhoria das condições de vida da população brasileira, especialmente os menos favorecidos.
O projeto foi implantado no município de Catas Altas, localizado a 118 quilômetros de Belo Horizonte. Com uma população total de 4.507 habitantes (IBGE 2005), Catas Altas é uma cidade histórica e ecológica, cuja principal indústria é a de extração de minério de ferro. Até o início do projeto os resíduos sólidos urbanos eram depositados a céu aberto.
“O projeto incluiu um diagnóstico do sistema de limpeza urbana da cidade, a elaboração de um plano de Gerenciamento Integrado e Sustentável de Resíduos Sólidos Urbanos que incluiu desde a seleção de uma área para a implantação do aterro até a sua operacionalização e monitoramento ambiental e geotécnico”.
“Esse trabalho apresenta aspectos de fundamental importância, uma vez que está sendo executado em escala real, para um município que retrata a realidade da maioria dos municípios de pequeno porte”, ressaltou a pesquisadora.
0 Comments:
Post a Comment