Considerações sobre um acidente

sábado, 17 de outubro de 2009

Salvador, 17/10/2009 às 01:17

Juiz dá “roubadinha” e mata motociclista no CAB.

Uma “roubadinha” cometida pelo juiz Benedito da Conceição dos Anjos em frente à sede do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) causou um acidente fatal na tarde desta sexta, na 5ª Avenida do Centro Administrativo (CAB). A caminhonete Toyota Hillux dirigida pelo magistrado chocou-se com uma moto Suzuki, conduzida pelo empresário Anderson Jorge dos Santos, 31 anos, que morreu na hora.
O caso do acidente no CAB:

Testemunhas afirmam que, por volta das 16 horas, o juiz Benedito pegou o retorno para entrar no estacionamento do TJ-BA, mas, ao invés de seguir alguns metros e entrar na segunda via (menos de 150 metros), fez uma manobra proibida para entrar na primeira (atravssar a pista inteira). Neste momento, o seu carro (Uma Toyota Hilux placa JPE 2618) bateu na moto (Suzuki placa JQL 8443), pilotada por Anderson, que guiava em linha reta pela 5ª Avenida. Marcas no asfalto indicam que Anderson tentou frear, sem sucesso. A colisão foi violenta: o capacete rachou ao meio, o rosto do motociclista ficou desfigurado.
O juiz passou mal e foi levado para um hospital, cujo nome não foi divulgado. O caso foi registrado como homicídio culposo na 11ª CP (Tancredo Neves), mas o delegado Augusto Henrique Dias informou que o inquérito deve tramitar no TJ-BA já que o juiz tem foro privilegiado. A assessoria da corte afirmou que a instituição não comentaria o caso já que o “acidente aconteceu em via pública”.
Dívida - A TARDE apurou que o juiz tem débitos de licenciamento do carro e do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA). As dívidas somam R$ 1.270, 36. O magistrado é coordenador do Núcleo de Conciliação de Precatórios do TJ-BA e ensina processo civil e direito comercial na Universidade Católica.
A mulher de Anderson, Ramille dos Santos, está muito abalada e não quis falar com a imprensa. Eles eram casados há 12 anos e tinham uma filha de 6 anos. “Vamos constituir um advogado, pois tememos que o corporativismo do Judiciário resulte no arquivamento do inquérito”, disse a colega de trabalho de Ramille, Rose Mary.
Elas trabalham na Ouvidoria Geral do Estado.

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