"A prefeitura de Salvador não tem uma administração, tem uma QUADRILHA!!"

sexta-feira, 19 de março de 2010

Demissão de gestor da FGM gera polêmica e troca de acusações

Vítor Rocha, do A TARDE


A saída do jornalista e poeta Antonio Lins da presidência da Fundação Gregório de Matos (FGM), entidade responsável pelas políticas culturais em Salvador, está cercada de polêmica. De um lado, acusações feitas por Lins de irregularidades e farra com o dinheiro público em festas promocionais, além da falta de investimento municipal na Cultura. Em outra trincheira, servidores públicos denunciam atitutes de Lins como “racistas”, “homofóbicas” e “discriminatórias”. Neste lado o prefeito João Henrique e sua equipe, que prefere não se manifestar sobre os detalhes da questão.

O prefeito se limitou a dizer, em nota assinada pelo subsecretário municipal de Comunicação, Ipojucã Cabral, que Lins fora exonerado por baixo desempenho administrativo e por pedido do segmento cultural da cidade. “A demissão foi motivada principalmente pelos inúmeros pedidos feitos ao prefeito por representantes de importantes segmentos da área cultural, insatisfeitos com o que consideravam como ‘uma gestão discriminatória’", informa a nota. O texto cita que Lins “deveria ter agradecido ao prefeito” e que Salvador “precisa de projetos e de dinamismo na área cultural”. A TARDE tentou falar com o prefeito no lançamento da Rádio CBN, nesta quinta, mas, apesar de estar prevista sua presença, não compareceu ao evento.

Escória - Lins, no entanto, nega que tenha sido demitido. Ele afirma que pediu uma audiência com o prefeito na noite de terça para entregar o cargo. Mas João Henrique teria indicado o chefe da Casa Civil, João Cavalcanti, para recebê-lo. “Pedi para sair. Não posso me contaminar. Tenho uma história, sou jornalista e escritor. Não posso ficar misturado com essa escória. Isso não é uma administração, isso é uma quadrilha”, disse.

Ele acusa o chefe de gabinete do prefeito, Leonel Leal, de incitá-lo a cometer irregularidades, como o pagamento de R$ 15 mil reais para servir acarajé em festa.

Leal disse que não ia comentar o assunto, mas o subchefe do gabinete, Leonardo Prates, retrucou. “O secretário Leonel Leal é honrado e é muito triste ver Antonio Lins reduzir o debate querendo colocar dois nomes sérios na lama”, disse. “Se houve irregularidades, porque não colocou isso antes? Só agora, depois de exonerado. Isso mostra que ele não se move pelos bons interesses do melhor para a cidade”.

Contra-ataque - Às acusações de racismo, discriminação e homofobia feitas pelos funcionários da FGM, Lins promete reagir com ações na Justiça. Ele disse que já processou Mário Kertész, também, por uma publicação contra sua gestão, no Jornal da Metrópole. Licitações irregulares eram um dos motes da matéria. Mario Kertész, porém, disse que não recebeu nenhuma notificação: "Tenho que dar risada".

*Colaboraram Davi Lemos e Regina Bochicchio

Fonte: A Tarde

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