Qual é o real motivo da vinda do lixo da Inglaterra ao Brasil?

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Resíduos (LIXO) foram adquiridos por cinco empresas brasileiras, entre elas, uma de Bento GonçalvesToneladas de lixo doméstico estão depositadas ao ar livre no porto seco de Caxias do Sul desde meados de abril.O material, que estava dentro de oito contêineres, teria sido importado irregularmente por cinco empresas brasileiras, incluindo uma de Bento Gonçalves, e faria parte do mesmo lote que chegou ao porto de Rio Grande entre fevereiro e o final de maio, vindo do porto de Felixtowe, na Inglaterra.As autoridades não divulgaram o nome das importadoras envolvidas e também não sabem o motivo do lixo ter sido enviado ao Brasil.A Receita Federal acredita que o produto tenha sido importado de forma fraudulenta da Europa, por meio de notas fiscais que o identificavam como polímeros de etileno para reciclagem.O delegado da Receita em Caxias, Wesley Gonçalves, afirma que o órgão está fazendo investigações internas para decidir as medidas a tomar. Em Rio Grande, a Receita, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o Ministério Público Federal e a Agência Nacional de Vigilância Ambiental (Anvisa) trabalham para solucionar o caso e obrigar os importadores a devolver o produto à Inglaterra. Além disso, as investigações devem apontar qual o motivo da vinda do lixo ao país e se as importadoras recebiam algum benefício na transação.

Ao que parece Rio Grande do Sul e São Paulo entraram na última sexta-feira (26/06) para a história do tráfico de lixo internacional. A famigerada máfia do lixo internacional enviou para o Brasil o total de 64 contêineres carregados com cerca de 1.200 toneladas de lixo industrial, tóxico e domiciliar. Os destinos no Brasil: Porto de Rio Grande (RS) e Porto de Santos (SP). Dos 64 containeres o total de 40 foram retidos em Rio Grande (RS), 8 foram barrados na estação aduaneira de Caxias do Sul (RS) e 16 no porto de Santos (SP).

Os contêineres chegaram ao Brasil na última semana, mas só foram abertos na segunda. Uma equipe do Ibama foi até o local para verificar a carga, e levou um susto quando as portas foram abertas. “Isso é um desrespeito com o nosso país, nós não somos o lixão do mundo”, disse uma fiscal. O lixo doméstico dos ingleses passou por vários países antes de chegar ao Brasil. No Porto de Santos, foram 16 contêineres com 290 toneladas de lixo. Em uma primeira vistoria, os fiscais do Ibama encontraram resíduos de alimentos, cabos de computador, travesseiros molhados e muitas embalagens sujas de produtos de limpeza.

“Nós recebemos uma denúncia do Porto de Rio Grande, porque existia uma carga similar, até mais do que aqui. Então eles pediram para nós verificarmos essa carga da mesma empresa. É um absurdo, um desrespeito com o Brasil”, conta Ingrid Oberg, chefe regional do Ibama. A empresa importadora e a transportadora foram notificadas. Cada uma terá que pagar R$ 155 mil de multa. O Ibama ainda deu um prazo de 10 dias para que essas empresas devolvam o lixo ao país de origem.
Rio Grande do Sul
No Rio Grande do Sul, fiscais da Receita Federal encontraram 750 toneladas de lixo no
Porto de Rio Grande. O material também foi trazido por navios da Inglaterra e teria sido enviado no lugar de produtos importados por uma empresa gaúcha. Dentro dos contêineres trazidos ao Brasil pelos ingleses estavam toneladas de plástico, papel e vidro, além de seringas e preservativos. Um dos reservatórios levava brinquedos, com bilhetes informando: “Entregue estes brinquedos para as crianças pobres do Brasil. Lavar antes de usar”.

Trabalham no caso a Receita Federal, o Ministério Público Federal, a Anvisa e o Ibama. Para o procurador da República Júlio Carlos Castro Jr., ainda é cedo para estabelecer que tipo de penalidade criminal devem sofrer os transgressores. "Estamos analisando a documentação. Se as autoridades alfandegárias desses países realmente foram iludidas sobre o conteúdo da carga, é para lá que esse lixo deve retornar. O Brasil não pode se tornar um receptáculo de lixo de outras nações"!

O Ministério do Meio Ambiente informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que encaminhará nos próximos dias uma série de recomendações ao Itamaraty sobre como abordar as autoridades britânicas sobre esse tema.
As recomendações terão como base a Convenção de Basileia, da qual tanto o Brasil como o Reino Unido são signatários e que desde 1992 regulamenta a movimentação de resíduos perigosos através de fronteiras.
O presidente do Ibama prometeu, além disso, aumentar o rigor na fiscalização dos carregamentos e criticou as empresas envolvidas na irregularidade, cujos nomes permanecem sob sigilo.
"Isso não é empresa, é um bando de urubu", afirmou.
O Ibama chegou a multar as empresas que importaram e transportaram o material.
Messias afirmou estar consultando o Ministério das Relações Exteriores sobre que medidas podem ser tomadas contra a empresa inglesa que exportou o material ao Brasil.
CARGAS INGLESAS
O presidente do Ibama disse que não há motivos para discriminar as cargas vindas da Inglaterra a partir de agora, mas demonstrou desapontamento com os britânicos.
"Temos que averiguar todas as hipóteses, porque esse tipo de carga pode vir de qualquer país. Mas o que a gente acha é que é uma vergonha que essa carga venha da Inglaterra."
O auditor Rolf Abel, chefe substituto da seção de Vigilância e Controle Aduaneiro da Receita Federal no porto de Rio Grande, tem uma opinião parecida.
"Não diria que todo contêiner que vem da Inglaterra é lixo. Mas pelo menos aqueles que chegarem com essa descrição (polímero de etileno para reciclagem) com certeza terão um tratamento mais rigoroso a partir de agora."
Em nota, a embaixada britânica se disse contrária ao comércio ilegal de lixo e informou que adotará medidas imediatas caso se comprove o delito.
"Caso seja comprovado que uma empresa violou os controles rigorosos na exportação de lixo estabelecidos na Convenção de Basileia, ratificada pelo Reino Unido, as autoridades britânicas não hesitarão em agir", informou a nota.
"O Reino Unido é um dos países líderes na proteção do meio ambiente e da saúde humana, e fará todo o possível para eliminar o comércio ilegal de lixo", afirmou a embaixada. (PIADA!!!)

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