50 Anos da vitória da Taça Brasil

segunda-feira, 29 de março de 2010


Hoje é um dia especial para todo torcedor tricolor, que certamente irá relembrar, comemorar e conhecer um pouco mais da história do seu clube de coração. Há 50 anos, o Esporte Clube Bahia vencia o Santos por 3 x 1, na grande final da Taça Brasil de 1959, que teve o seu terceiro e decisivo jogo disputado em 29 de março de 1960, no Estádio do Maracanã.

Nos dois primeiros jogos, o Esquadrão de Aço venceu o Peixe, por 3 x 2, em plena Vila Belmiro. Na segunda, o time de Pelé calou a Fonte Nova, vencendo por 2 x 0.

Um título nacional, que tornou o Bahia o primeiro clube brasileiro a disputar a Libertadores da América e corou uma das mais vitoriosas gerações de atletas do Esquadrão de Aço, já que este mesmo grupo que conquistou a Taça Brasil de 59 ainda foi pentacampeão baiano (1958, 1959, 1960, 1961 e 1962), três vezes campeão do Norte-Nordeste (1959, 1961 e 1963) e Campeão da Taça da Amizade (Uruguai – 1959).

Os gols da grande final foram marcados por Vicente, Alencar e Léo.

Nesta histórica partida, o Tricolor baiano atuou com: Nadinho, Nenzinho, Henrique e Beto; Flávio e Vicente; Marito, Alencar, Léo, Mário e Biriba.

Um fato curioso da campanha do Bahia, nesta Taça Brasil é Efigênio Bahiense, o Geninho, foi o treinador durante toda a competição e após a derrota na Fonte Nova, por 2 x 0, o treinador que conduziu o time, na final no Maracanã, foi o argentino Carlos Volante.

Ao chegar em Salvador, este grupo foi saudado por uma multidão, que saiu em carreata pela cidade, ovacionados pela população soteropolitana e pela Nação Tricolor.

A Taça Brasil foi o primeiro grande torneio nacional, reunindo os 15 principais campeões estaduais. Além do Bahia, Santos, São Paulo, Vasco da Gama, Atlético/PR, Atlético/MG, Grêmio, Sport/PE, Rio Branco/ES, Hercílio Luz/SC, Auto Esporte/PB, ABC/RN, Ceará/CE, CSA e Tuna Luso, disputaram esta competição.

Na campanha de 1959, em jogos de ida e volta, o Bahia eliminou CSA, Ceará, Sport, Vasco e Santos. O Esquadrão de Aço disputou 14 jogos, venceu 09, empatou 02 e perdeu 03, marcou 25 gols e sofreu 18. Léo ainda foi artilheiro da competição, com 08 gols marcados.

Ficha do jogo:

BAHIA (BA) 3 x 1 SANTOS (SP)

Data: 29 / 03 / 1960
Local: Maracanã
Árbitro: Frederico Lopes
Gols: Coutinho 27′, Vicente 37′ / 1º T; Léo 47s ,Alencar 31 / 2º T.
BAHIA: Nadinho, Beto, Henrique, Flávio e Nenzinho; Vicente e Mário; Marito, Alencar, Léo e Biriba. Técnico: Volante
SANTOS: Lalá, Getúlio, Mauro, Formiga e Zé Carlos; Zito e Mário, Dorval, Pagão, depois Tite, Coutinho e Pepe

Confira a campanha:
  • Bahia 5 x 0 CSA
  • Bahia 2 x 0 CSA
  • Bahia 0 x 0 Ceará
  • Bahia 2 x 2 Ceará
  • Bahia 2 x 1 Ceará
  • Bahia 3 x 2 Sport
  • Bahia 0 x 6 Sport
  • Bahia 2 x 0 Sport
  • Bahia 1 x 0 Vasco
  • Bahia 1 x 2 Vasco
  • Bahia 1 x 0 Vasco
  • Bahia 3 x 2 Santos
  • Bahia 1 x 2 Santos
  • Bahia 3 x 1 Santos - Jogo Final
História Osório Vilas Boas estava decididoquando foi aoCampo da Graça. O acanhado estádio servia pra treino e pequenos jogos, substituído pela Font e Nova desde 1951. Na Graça, os tricolores ficavam no lado B, arquibancada e sombra, deixandooladoApraGalíciaeVitória, e a geral pra o Ypiranga, secundado pelo Botafogo. “Nadinho, tudo bem?”, perguntou o presidente do Bahia. “Tudo, Osório”. “O Bahia precisa de você. Eu vou te contratar, viu? Mas falando sério!”, retrucou o cartola, em rápida conversa durante treino do Vitória, clube do goleiro de 1951 até maio de 56. “Eu tô às ordens”, recorda Nadinho, aos risos, da conversa de 1957. Nadinho queria voltar a Salvador. Defender o Bangu de Zizinho e Zózim
o fora maravilhoso, mas havia o desejo de estar mais perto dos amigos e da família em Alagoinhas. O sentimento era aquecido pela proximidade do Natal e das festas de final de ano. Aqui, o técnico Bengalinha foi honesto: os dirigentes do rubro-negro desconfiavam da sua forma física e técnica. Se estes eram os fatos, Nadinho decidiu viajar ao Rio de Janeiro. Logo, por que não conversar com o presidente do Bangu, Fausto Almeida, pessoalmente e pedir a liberação para vir para o Bahia? Era arriscado, mas o futuro premiaria a ousadia.

Estava hospedado no Hotel Suíça, na Cinelândia, quando o telegrama envia do pela Western avisou que o dinheiro havia sido depositado por Osório no Banco da Bahia, agência Rio. Olho no olho, atestado liberatório em mãos, estava feita a volta. Nadinho, talvez o craque-goleiro das menores expressões corporais da história tricolor, formalizou a união no início de 1958. Titular por uma década, com estilo e personalidade, mudando, assim, mudando o perfil da posição. “Um diretor do Bahia virou paramime disse: ‘Você só não é melhor jogador do que Lessa porque Lessa faz ponte. Você nunca faz’. Não tolerava me atirar no chão”. Lessa virou trecho da música Tradição de Gilberto Gil: um goleiro, uma garantia. Com 1,77me 60 kg, era espetacular na arte da defesa e da plástica. Nadinho, com1,86m e 82 kg, era o contraponto da simplicidade. Deixava pra torcida o gesto de se curvar e estender o braço, num daqueles cumprimentos rasgados que exigem um chapéu com penacho pra varrer o chão
Para Leonardo Cardoso, o Nadinho, nascido dia 24 de agosto de 1930, “o forte daquele Bahia era que todo mundo amava o Bahia. Era uma irmandade. ‘Vamos jogar hoje e ninguém perde, hein!’”, imita a voz, como lembrando a preleção. “É como um menino de 10, 12 anos, que somente depois vai aprender que tem negócio, dinheiro... É como time de rua, pau para lá e para cá”. Do contrário apanha na rua e em casa. “Verdade. Chegava em casa depois do almoço, eu tomava sopapozinho. ‘Porque tá chegando tão tarde?’”, fala, fazendo uma imitação. “A gente botava a alma para o parceiro não ficar mangando. O Bahia se glorificou pela corrente entre um jogador e o outro”. Lamento, só um. Nadinho queria mais. “Nós não fomos bicampeões ou tricampeões brasileiros porque você sabe como é time pequeno... Se o jogador for bom, nego vende logo. Saiu logo Alencar, Leone, saiu também Vicente. Quebrou toda a alma”.



E pra provar que somos Bahia aonde ele estiver:

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